12 de jun. de 2015

Pra Sempre? Nem Sempre

Foto: Bruna Novaes

Te conheci num primeiro dia de aula qualquer, era só mais um idiota pra turma, ou ao menos era o que parecia ser. Não que você não seja idiota, afinal qual garoto não é? Ficamos amigos, era sempre eu quem fazia suas lições de casa ou lhe emprestava a minha para que copiasse. Não me importava com isso, gostava de sua companhia e das nossas conversas, gostava de não mais ser a garota solitária e anti social.

Em pouco tempo éramos melhores amigos, você era o único capaz de suportar minhas chatices, meu mau humor matinal, e quase sempre me fazia sorrir com suas piadas idiotas e se gabava do fato de ser o único a conseguir arrancar sorrisos meus. 

Era quase impossível não me sentir bem ao seu lado, e em um curto espaço de tempo, você se tornou tudo pra mim. Acho que foi esse o problema, não percebi o que estava acontecendo, queria sempre estar contigo, o seu abraço já era o meu favorito, já conhecia seu cheiro, sua voz, seus passos... e até  meu incurável mau humor matinal tinha desaparecido: eu acordava feliz porque ia te ver. 

Me apaixonei, mesmo sem saber que estava me apaixonando, mesmo não querendo. Não fiz nenhum esforço para evitar, estava gostando daquele sentimento que me preenchia e me fazia sentir viva. Você correspondia, ou será que era o contrário? Você flertava comigo e eu caía cegamente em seus encantos? Não sei ao certo. 

E num piscar de olhos você se tornou meu tudo: meu namorado e melhor amigo, aquele me acalentava quando eu precisava de um afago, aquele me ouvia quando eu precisava desabafar. Era bem mais do que eu havia sonhado pra mim, mais do que eu poderia querer, era mais do que eu havia pedido aos céus.

Era. Sim, no passado, era. Não foi nem um pouco difícil imaginar um futuro inteiro ao seu lado, mesmo porque você nutria todos os meus sonhos e planos para nós dois, me fez acreditar de éramos feitos um para o outro e que nada abalaria nosso amor. Que ingênua eu fui! Acreditei que tudo aquilo era real, que seu amor por mim era real.

Mas tão depressa quanto nos unimos, você se afastou. Partiu, levando consigo parte do meu coração destroçado, destruindo meu mundo e minha capacidade de sonhar. Eu tinha razão, você é só mais um idiota, mas foi a única felicidade que conheci e me recuso a procurar por outra, é por você que minha alma, agora solitária, grita. Meus instintos ainda procuram abrigo nesse amor quando meu corpo padece de angústia. Sei que devo te esquecer, mas isso significa me esquecer também, você mudou quem eu sou e a cada dia que vivo me lembro de você, te vejo refletido em meus gestos, meus pensamentos. 

As pessoas me dizem pra virar a página, seguir meu coração. Eu te pergunto: Qual dos pedaços devo seguir? Já que foi você quem quebrou, talvez saiba qual dos pedaços me mostre um direção. Vê? Até para seguir em frente eu preciso de você, dos seus conselhos, da sua ajuda. Não sei se essa dor um dia passa, se esse amor um dia acaba. Mas quando isso acabar eu juro que nunca mais amarei de novo, nunca mais.

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